Metal Unit

Escrito por

Gonçalo "Melgacius" Carvalho

Data de publicação

19 Fevereiro 2021 15:00

Tópicos

Em Metal Unit jogamos como Joanna que pilota um Mech chamado Falconie (Unit 11) e faz parte da resistência humana a uma invasão alienígena. Ao mesmo tempo o enredo tem ramos e tentamos descobrir porque outros pilotos, especialmente a nossa irmã, traem a humanidade e se aliam aos invasores.

Estas histórias sofrem sempre algumas reviravoltas, mas neste caso todas elas pareceram pouco imaginativas. A certo ponto o autor parece aperceber-se disso e entra no campo do surreal baralhando ainda mais o jogo e tornando tudo impossível de compreender. Considerando que a história de Mario é sempre a mesma, o que interessa é ser divertido. Será que este jogo é divertido?

Bem, sim… mais ou menos. Para começar, é mais um roguelite. Como todos os jogos do género começa divertido. Cada run está muito dependente dos itens que apanhamos. Quando morremos os itens que temos são transformados em gemas que nos permitem ir fazendo upgrades permanentes ao nosso personagem e mech. Na realidade nunca nos sentimos fracos mas a certa altura o jogo dá um salto grande na dificuldade. Temos que completar missões, cada uma delas divididas em 15 níveis que acabam numa luta contra um boss. Os níveis são curtos, alguns deles com momentos caóticos. De forma individual é fácil perceber e decorar os movimentos próprios de cada inimigo, mas no meio do caos acaba por se tornar uma salganhada de meia bola e força. A certa altura a minha estratégia era juntar muitas poções de vida e, no fundo, usá-las como uma habilidade qualquer para disfarçar a minha incapacidade… isto até desistir e começar a usar o modo assistido.

O modo assistido é essencialmente as cheats que antigamente íamos buscar às revistas de jogos. Aqui são-nos dadas e usamos as que quisermos, quando quisermos. Sendo o jogo singleplayer eu considero isto positivo, cada um se diverte como quer, nada a opor, bem pelo contrário. Eu não teria acabado o jogo sem elas. Fiquei preso a meio do último nível, e se até consegui derrotar os boss intermédios, o final já não consegui passar novamente. Nesta altura do jogo, já com o mech muito desenvolvido e com as armas certas, sintetizadas após múltiplas tentativas, quase que me considerava muito overpowered em situações “normais”, mas mesmo assim não chegava para a minha mais que conhecida nabice.

Tens várias armas, hipóteses de customização e inimigos mais que suficientes para tornar o jogo interessante, para criar estilos de combate ligeiramente diferentes entre si, mas por alguma razão nunca deu esse salto. Ainda há pouco Skul me pareceu muito mais interessante que este, o que não faz deste um mau jogo, apenas não me deixa atribuir-lhe uma característica única que o realce perante outros e vos faça comprar este e não qualquer outro. A seu favor o facto de ter um preço muito simpático, que sinceramente creio ser o valor dele.

 

Continuo na saga dos roguelite. Continuo sem encontrar um que seja excepcional e parece que cada vez mais entro no reino do cinzento. Dentro dum género muito saturado, Metal Unit é um jogo que segue todas as regras, mas em nenhum momento me entusiasmou ao ponto de ir a correr falar dele com os meus colegas. Se o jogares provavelmente não te arrependes, mas possivelmente irás esquecê-lo rapidamente.

  • Lançamento: 28 de Janeiro de 2021
  • Plataformas: PC
  • Desenvolvedor: JellySnow Studio
  • Editora: NEOWIZ
  • Nota Pessoal: 7/10
  • Cópia para análise gentilmente cedida por NEOWIZ