Spider-Man: Miles Morales

Escrito por

João "JLCfreitas" Freitas

Data de publicação

05 Janeiro 2021 12:20

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Começando 2021 da melhor maneira ao jogar o sucessor de um dos melhores jogos de super-heróis de sempre na PS4, Miles Morales consegue apenas arranhar a superfície do que os próximos títulos de Spider-man podem vir a ser, com um leque vasto de colaborações possíveis dentro deste universo Marvel.

Muito pouco tempo passou após os eventos do primeiro título, Miles ainda está a aprender a lidar com os seus poderes e de como se comportar como um herói em situações difíceis e dar prioridade à comunidade.

A campanha é relativamente pequena em comparação ao título anterior, estamos a falar de 5 a 7 horas, se adicionarmos todas as atividades e colecionáveis, o número sobre para umas amigáveis 12h para completar. Embora com a história encurtada, existe mais consistência e simplicidade em todas as vertentes, isto no bom e no mau sentido, todos os pontos irão ser mencionados ao longo do artigo.

Começando pelas mecânicas que foram alvo de critica e que foram reestruturadas para este título, sistema de tokens foi radicalmente simplificado e já não existe limite de certos tokens por campanha para comprar certos upgrades ou fatos, aliás, o sistema reduziu-se a apenas 2 tipos de tokens, e que podem ser conseguidos em qualquer atividade no mapa e que podem ser usados livremente nas respetivas secções como no jogo anterior.  Foi aqui que me dei de conta demasiado tarde quando soube que existia limite de tokens para gastar e teria que fazer New Game + para poder comprar o resto dos fatos no primeiro jogo de Spider-man.

Outra critica vinda do primeiro jogo eram as side missions, não vou argumentar sobre a dificuldade em si, mas pela inutilidade no geral e que acabavam sendo incomodativas para no fim não ter qualquer tipo de remuneração. Em Miles Morales, apenas algumas side missions se mantêm iguais e até aqui aceito a decisão, que são os crimes e todas as vertentes. Agora quando se fala de novas side missions, temos uma nova perspetiva de como gratificar o jogador com missões que valham a pena fazer, assim como em Ghost Of Tsushima, o jogo incentiva e por vezes força o jogador a fazer estas pequenas missões para o jogador ter a noção que existem enormes recompensas se o fizerem, novas habilidades, combos, diferentes fatos e tokens, todos estes que são cruciais ao plano geral de gameplay se estiverem a jogar nas dificuldades mais elevadas, toda a ajuda é fulcral.

Em termos de combate, as mecânicas principais não mudaram de todo, continuam fantásticas e satisfatórias. Contudo, Miles tem poderes únicos que levam o estilo de combate a um nível diferente em comparação ao primeiro título. Manipulação de bioeletricidade que modifica energia de dispositivos eletrónicos e ajuda a desabilitar inimigos. Miles também possui a habilidade de camuflagem, esta aptidão para mim é um ponto critico no gameplay, se o jogador souber aproveitar todo o potencial da camuflagem, o jogo torna-se bastante mais fácil, e para quem não está à procura de fazer todos os troféus do jogo ainda mais ridiculo se torna. É uma adição controversa na minha opinião, simplesmente pelo facto de todo o arsenal com esteroides que Miles já possui, camuflagem é a derradeira arma sem algo concreto para ripostar. É verdade que existem inimigos que têm visão contra essa habilidade, mas não é suficiente de todo, e são em muito poucos números, o que torna essa opção bastante inviável.

Virando-se para as batalhas chave, são criativas, mas não muito interessantes, talvez por não terem adicionado vilões com mais impacto do universo spider-man, ou talvez por não terem mecânicas desafiantes para nos fazer tentar inúmeras vezes para finalmente seguir em frente. E isto também se aplica um pouco na história, qual a razão de voltar ao mesmo se temos um portfólio de mauzões à espera de serem usados nestas histórias? Não falta contexto, não falta recursos, será que querem levar o seu tempo, para irem implementado nos próximos títulos? Também é uma boa ideia, mas cuidado com as escolhas das próximas aventuras dos nossos aracnídeos.

Não nos esqueçamos da música e performance dos atores, Miles vem de uma famila com bom ouvido, e isso traduz-se em toda a banda sonora ao longo do jogo, maioritáriamente do género hip-hop complementando o estilo de Miles e sua familia, rematando assim o fantástico voice acting de todo o elenco durante a nossa campanha.

Garantidamente um título que merece ser jogado na nova geração e é um fantástico seguimento a Marvel Spider-man, apesar da sua pequena duração, Miles Morales é apenas o início de algo maior, onde existem inúmeras oportunidades para adicionar personagens do universo Marvel e criar uma franchise de excelência ao logo desta nova geração.

  • Lançamento: 12 de Novembro de 2020
  • Plataformas: PS4/PS5
  • Desenvolvedor: Insomniac Games
  • Editora: Sony Interactive Entertainment
  • Nota Pessoal: 8,5/10
  • Cópia para análise gentilmente cedida por Playstation Portugal
  • Analisado na versão para PS5